segundo as informações recolhidas pelo sol, este surto fez, até agora, 39 vitimas, sobretudo entre doentes imunodeprimidos, como idosos fragilizados, doentes crónicos ou grávidas, que desenvolveram infecções meningócicas provocadas pela listéria – as quais têm origem no consumo de alimentos contaminados e que o organismo não consegue combater. na semana passada, estava internado num hospital do algarve mais um doente com uma infecção provocada pelo mesmo subtipo da listéria, que foi identificado nas outras vítimas.
a fábrica, da zona de estremoz, produz queijos secos e semi-secos que vende para vários pontos da região sul do país e deverá estar encerrada até ao final desta semana.
na semana passada, a asae levou o caso, pela primeira vez, ao ministério público, que, antes de ordenar o encerramento da fábrica, exigiu nova recolha de amostras e mais análises. em menos de uma semana, segundo soube o sol, a asae obteve a confirmação de que a situação se mantinha – isto é, os produtos saídos desta fábrica continuavam a apresentar altos níveis de contaminação por listeriose, em particular, pelo subtipo que infectara os doentes referenciados. são precisamente esses resultados que reforçarão agora a decisão do mp de ordenar o encerramento preventivo da fábrica e abrir o processo-crime contra os seus proprietários.
o surto de listeriose foi detectado no final de julho mas, na altura, não foi possível identificar a sua origem. apesar de todos os anos se detectarem casos de infecção por listeria em pessoas, desta vez, e conforme descobriu o laboratório de biotecnologia da universidade católica do porto, mais de uma dezena dos doentes estavam infectados exactamente com o mesmo subtipo da bactéria. os alertas foram, então, dados para a direcção-geral de saúde e para a asae, tendo ficado decidido proceder a um inquérito epidemiológico aos doentes que sobreviveram e aos familiares daqueles que morreram, sobre os respectivos consumos alimentares durante o período de incubação da listéria – que pode durar até 70 dias.
os inquéritos não foram conclusivos, pelo que a asae lançou, em outubro, uma mega-operação de fiscalização na zona sul do tejo, onde residia a maior parte dos doentes, tendo acabado por identificar, passados quatro meses, o local que se suspeita ser a origem do surto.