sol…
carlos alexandre
o juiz do tribunal central de instrução criminal decidiu validar a acusação do processo face oculta e levar a julgamento os 34 arguidos e duas das empresas do sucateiro manuel godinho. sabendo-se que está em causa uma intrincada teia de interesses e influências do submundo político-governativo socialista e que nela estão envolvidos nomes como armando vara ou josé penedos, é de saudar que a justiça siga o seu curso – sem se deter por razões de ordem política ou por intervenções infelizes dos seus principais representantes. só assim a justiça se pode credibilizar.
d. josé policarpo
o cardeal-patriarca aproveitou a abertura do ano judicial para alertar para o «erro histórico» de «não ouvir as multidões» que reclamam transformações na sociedade e maior justiça. palavras que ganham especial relevo num momento em que muitos milhares de portugueses, não organizados partidariamente, se manifestaram por todo o país. e também na altura em que o poder político apresenta mais um pacote de cortes nos apoios sociais que irão atingir, sobretudo, os que já vivem maiores dificuldades: os idosos, doentes e reformados. a igreja, pelo menos, não perdeu a noção da sensibilidade social.
…&sombra
teixeira dos santos
pretou-se a mais uma rábula política de josé sócrates – tirar da manga um novo pacote de austeridade que foi negociado às escondidas do país – e a uma lamentável demonstração de falta de respeito democrático e institucional – pelo parlamento, pelo presidente, pelos parceiros sociais (e pelo próprio governo…). espanta esta deriva partidária e demagógica de um economista que o país respeitava.
josé sócrates
percebeu que não podia evitar a ajuda externa (e, com ela, o fmi…), que estava obrigado a aplicar sucessivas e crescentes medidas de austeridade, que iria chegar ao orçamento para 2012, no final do ano, já sem qualquer crédito ou argumento sustentável – e desencadeou esta derradeira e forçada encenação política para se vitimizar e antecipar eleições. o seu problema é que o país já o conhece bem – e que cada vez menos portugueses o levam a sério.
josé antónio lima