Ameaça nuclear no Japão afecta sushi na Europa

A radioactividade descoberta em alguns alimentos cultivados na zona da central nuclear de Fukushima, no Japão, está a preocupar os proprietários de restaurantes japoneses em Portugal.

em causa estão possíveis rupturas de stocks, escaladas de preços em determinados produtos, ou a sua substituição por alimentos de outros países.

«as algas japonesas são as melhores do mundo. se houver uma diminuição da oferta, nos próximos meses, poderão entrar numa escalada de preços», considera paulo morais, proprietário do restaurante umai, em lisboa. se tal acontecer, o sushiman pondera recorrer à produção da coreia do norte. além das algas, que provêm do sul do japão, paulo morais utiliza conservas e molhos nipónicos.

admitindo que a ameaça nuclear possa trazer atrasos nas entregas, o especialista está seguro de que o seu fornecedor, certificado, encontrará soluções.

no restaurante lucullus, em cascais, o caso é mais preocupante: a maioria dos produtos é japonesa. «quase todo o pescado que servimos é importado do japão», conta o proprietário josé manuel. o problema colocar-se-á quando os stocks acabarem, uma vez que se trata de peixe congelado.

nas águas do oceano pacífico, foram detectados níveis de radioactividade 80 vezes superiores ao normal, mas as autoridades garantem que, por enquanto, o consumo de peixe e marisco não constitui ameaça à saúde humana. «no futuro, as algas virão de outros países», admite ao sol anabela fialho, dona do restaurante koi sushi, em alcântara-rio. no koni, no largo da trindade, também se procuram alternativas.

sonia.balasteiro@sol.pt