Revendo filmes que fizeram história há muitos anos, constata-se que as bebidas servidas em ocasiões especiais ou em ambientes parecidos com bares nada têm a ver com as dos tempos que correm. Os conhaques e os licores deram lugar a whiskys, vodkas, gins, caipirinhas e à inevitável cerveja.
Há dias, um amigo ligado a uma discoteca dizia-me que actualmente a bebida que tem mais procura, além das fresquinhas, é precisamente a vodka. Os jovens, a maioria da população nocturna, preferem esse sabor a qualquer outro, achando o whisky uma coisa de outra geração.
É evidente que os rapazes até o consomem, mas as raparigas são muito mais dadas às inúmeras marcas de vodka (algumas preferem a preta) do que a outros sabores. Talvez por isso, percebe-se que a rapaziada ao fim de algum tempo fique ao rubro, pois adicionam sumos doces transformando, aparentemente, a bebida em algo inofensivo. Nada mais errado! Também há dias li uma notícia que dava conta que os brasileiros, detentores das marcas de cachaça, vão lançar uma forte campanha para divulgar ainda mais as caipirinhas.
A mais famosa, a de lima, começa a sofrer a concorrência da morangosca. Outro dado curioso é que outras bebidas, como o Licor Beirão, seguem a mesma estratégia. O lançamento ‘nocturno’ desta bebida portuguesa ocorreu há meia dúzia de anos e no arranque muitas das ‘cobaias’ tiveram alguma dificuldade em perceber a diferença para a cachaça. O gelo e a lima ajudavam as baralhar as contas.
E o que dizer do fascínio que muitas raparigas demonstram por amêndoa amarga com suco de limão? Não sei se haverá algum estudo sobre o consumo de álcool no segmento dos 16 aos 26 mas, se existe, seria curioso comparar com o de outras gerações. Acho que mudou radicalmente e as raparigas tornaram-se o principal alvo das marcas. Tenho para mim que um dos factores determinantes para a mudança de hábitos etílicos foi a moda das unhas.
Para terminar, diga-se que o vinho aos poucos começa a ganhar espaço nas prateleiras dos bares, a caminho, sobretudo, dos copos das mulheres. O que me leva a pensar que a célebre frase de que ‘não és homem se não beberes’ deve ser rapidamente mudada para ‘não és mulher, se não beberes’!