Na véspera das eleições para as regiões de Baden-Württemberg e Renânia-Palatinado aproximaram-se as nuvens que os eleitores – e políticos – alemães mais temem: energia nuclear e intervenção militar (esquecendo a já habitual neblina do euro). Num e noutro caso, a chanceler agiu de forma surpreendente – pela negativa. Após o acidente de Fukushima, deu o dito de há poucos meses (o prolongamento da vida útil de centrais nucleares) por não dito e anunciou o encerramento provisório de sete centrais. Na questão líbia, as hesitações, a abstenção da resolução do Conselho de Segurança para impor a zona de exclusão aérea e a ordem da retirada de navios de guerra do Mediterrâneo caíram mal junto dos aliados e contrastaram com a liderança resoluta de Nicolas Sarkozy. Se foram tácticas eleitoralistas não resultaram: os sociais-democratas mantiveram-se no poder na Renânia e, pior, a CDU perdeu a sua land de sempre, Baden, para uma coligação liderada pelos Verdes. Como se não bastasse, o novo ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, reuniu o repúdio consensual ao pedir aos muçulmanos uma «parceria de segurança» com as agências de segurança.
Dias difíceis para quem está obcecado com o euro.