num discurso proferido no congresso do ps, que decorre em matosinhos, o presidente da assembleia da república considerou que a negociação entre os partidos é «urgente e imperativa». e atribuiu ao executivo a «responsabilidade de ter que gerir, a bem do interesse nacional, esta fase de negociação». até porque dela «depende o futuro da capacidade imediata da realização de pagamentos pelo estado e do financiamento da banca».
traçado este quadro dramático, gama sublinhou que esta é uma responsabilidade que recai sobre o governo de gestão, mas não só: também sobre uma «oposição que tem de ser inexoravelmente comprometida» com um acordo que contemple, não ideias abstractas, mas um «compromisso concreto». mas o ps deve assumir o seu papel. «é uma dificuldade que recai sobre o ps, sobre o governo em gestão, sobre os ombros de josé sócrates».
gama insistiu também na urgência de avançar rapidamente. «isso tem de ser feito quase de imediato, é um imperativo», sublinhou, sugerindo já a próxima segunda-feira. «é o primeiro dia útil de uma semana muito exigente, para começar a trilhar este caminho de responsabilidade».
a advertência de jaime gama surge um dia depois de o ministro das finanças, teixeira dos santos, ter defendido que a oposição deve negociar com as instâncias europeias os termos da ajuda internacional. o presidente da república, cavaco silva, veio hoje dizer que este é um dossier que compete aos partidos.