apoiado pelo ps e pelo bloco de esquerda na candidatura às últimas presidenciais, alegre insistiu na advertência dirigida a comunistas e bloquistas: «não é combatendo o ps nem derrotando o ps que podemos revitalizar a nossa democracia».
numa mensagem mais virada para dentro, o histórico socialista sublinhou que há muitos portugueses que não se reconhecem na política e que o ps «tem de saber compreender a geração à rasca, as várias gerações à rasca».
num discurso muito centrado nas críticas às políticas seguidas pela união europeia – «não é fácil governar à esquerda numa europa dominada pelo neo-liberalismo» – alegre referiu que muitas vezes os socialistas estiveram «todos contra todos». «agora estamos aqui todos com todos para enfrentar a ofensiva neo-liberal», disse aos congressistas.
uma ofensiva que em portugal tem um rosto – o psd. «as diferenças entre o ps e o psd são muito maiores do que se pretende fazer crer. o serviço nacional de saúde, a escola pública, a segurança social pública, os direitos laborais, o conceito de justa causa, a caixa geral de depósitos são a diferença entre o ps e o psd», afirmou manuel alegre. que deixou ainda uma palavra de apoio ao líder socialista: «está na moda dizer que o grande obstáculo [a um entendimento interpartidário] é josé sócrates. mas quem elege o secretário-geral do ps não são os partidos da direita ou da esquerda, não são os comentadores, são os militantes socialistas. terão de entender-se com este ps e com este secretário-geral».
a intervenção do ex-deputado foi aplaudida de pé… por meia sala do congresso.