Função Pública sobreendividada

O corte salarial na Função Pública fez dos trabalhadores do Estado um dos grupos profissionais que mais recorre ao Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS) da DECO.

segundo adiantou ao sol natália nunes, que gere este departamento da associação de consumidores, já há professores, médicos e até juízes com dificuldades em pagar dívidas.

«a redução de vencimentos desde o início do ano fez aumentar os pedidos de aconselhamento. no caso dos médicos e dos juízes, os rendimentos estão acima de 2.500 euros, mas as pessoas adaptam as despesas aos vencimentos e têm quatro a cinco créditos com uma taxa de esforço elevada», explicou a responsável.

esta semana, a deco revelou que mais de quatro mil pessoas contactaram o gas desde o início do ano. do total, foram abertos cerca de mil processos de resolução de dívidas através do gas, o que passa sobretudo pela reestruturação dos créditos contraídos. os restantes dizem respeito a pessoas com processos em tribunal, que a deco já não pode acompanhar, ou a famílias cuja situação é tão grave que apenas permite a declaração de insolvência individual nas instâncias judiciais.

natália nunes não consegue quantificar quantos pedidos foram feitos por funcionários públicos, do total de quatro mil recebidos no primeiro trimestre, mas garante que aumentaram. segundo a responsável pelo gas, a maioria dos casos de sobreendividamento na função pública é solúvel através de uma reestruturação dos empréstimos.

joao.madeira@sol.pt