Mas se se pensa que as mais avantajadas são mulheres com pouca elasticidade, nada há de mais errado. Dançam e mexem-se como se pesassem 50 quilos. Nos diferentes programas televisivos musicais é fácil ficar-se espantado com tamanha desenvoltura. Mas quer sejam magras, médias ou pesos-pesados, as angolanas gostam de caprichar na roupa. Há um investimento muito forte na indumentária. Por seu lado, os homens parecem primos africanos dos italianos, fazendo-me sentir com vontade de ir a correr para o ginásio a todo o momento. Magros, musculados e hirtos. Vestem roupa justa, camisas de colarinhos generosos e de marca, claro.
Mas há coisas que são universais. Os seguranças das discotecas comportam-se como os colegas de Lisboa, Madrid ou Nova Iorque. Gostam de dar pouca confiança e pelam-se por números de telemóvel das clientes. As barmaids são em tudo idênticas àquelas raparigas dos shoppings portugueses que começam a trabalhar à noite e se julgam o último elefante de África.
O que é totalmente diferente é a disposição com que as pessoas saem à noite. Fazem-no para se divertir e tanto dançam kuduro ou semba como o fazem ao som da house comercial ou dos últimos hits da pop. Tudo vale para dançar e para meter conversa com as vizinhas do lado. A Ilha é um dos locais de eleição, mas o Dom Q., na Baixa de Luanda, nos últimos tempos tem vindo a subir. Sempre a bailar.
vitor.rainho@sol.pt