uma obra que foi contratualizada em 2007, por 111,6 milhões de euros, ficou concluída com um ano e meio de atraso e arrisca-se a custar cerca de 151 milhões de euros – isto é, 39,5 milhões de euros a mais.
a principal causa deste desvio financeiro prende-se com os atrasos da ep na realização dos 550 processos de expropriação necessários para a construção do troço, de 3,6 km. o atraso provocou sucessivos adiamentos na disponibilização dos terrenos à bento pedroso – o que levou esta construtora, entre outros processos extraordinários de diminuição do atraso da obra, a aumentar o número de trabalhadores e de turnos.
o aumento destes custos, não previstos no contrato, fez com que a bento pedroso tenha remetido à ep dois pedidos de indemnização que, no total, suplantam os 33 milhões de euros. a ep diz que não reconhece a legitimidade dos pedidos de indemnização.
o troço buraca-pontinha teve também trabalhos a mais no valor de 6,5 milhões de euros. a ep desmente o valor, mas explica foi uma obra de elevada dificuldade técnica, por via da alta densidade populacional das áreas atravessadas pelo troço e da proximidade do aqueduto das águas livres.
o custo total do troço buraca-pontinha aumenta significativamente quando somamos o custo da construção (151 milhões) com os das expropriações. a ep assume no seu site que pagou 70 milhões de euros por um total de 1.400 indemnizações. sendo assim, o custo total da obra ascende a 221 milhões de euros.
em termos globais, e sem contar com o custo das expropriações dos cinco troços, a cril acabou por custar 395 milhões de euros entre 1994 e 2011.
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