FMI vai ficar 10 anos em Portugal

Portugal terá um prazo máximo de dez anos para pagar o pacote de ajuda financeira e durante três anos irá receber, pelo menos, duas visitas anuais das equipas do FMI para acompanhar a evolução das contas nacionais, segundo as regras dos fundos de auxílio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE) a…

o fmi dá ainda a opção de alargar a duração do plano de ajuda de três para quatro anos. o primeiro reembolso será feito em 2016.

o resgate português começou a ser desenhado esta semana, com a chegada a lisboa das equipas da comissão europeia (ce), fmi e banco central europeu (bce), grupo conhecido como a troika. nestes primeiros dias, fez-se apenas o levantamento das necessidades de financiamento da economia – do estado à banca, passando pelas empresas públicas –, segundo adiantou fonte da ce ao sol. temas como a dimensão, duração ou contrapartidas só começam a ser discutidas a partir de segunda-feira, quando se iniciarem os encontros com o governo e partidos políticos.

a ajuda a portugal deverá oscilar entre 75 e 90 mil milhões de euros e será suportada pela ue (70%) e pelo fmi (30%), através do mesmo fundo que foi utilizado para a irlanda, o extended fund facitlity (eff), destinado a estados necessitados de reformas estruturais e sem acesso aos mercados financeiros.

portugal deverá receber um programa de ajuda com um juro entre 4% e 4,5% e um prazo de pagamento de 7,5 anos, de acordo com as estimativas médias dos analistas contactados pelo sol (bnp paribas, royal bank of scotland, xtb e imf).

as condições acordadas não deverão diferenciar-se muito das impostas à grécia ou à irlanda, sendo muito pouco provável que portugal receba um pacote mais ligeiro. atenas paga um juro de 4,2% a 7,5 anos e dublin de 5,8% a 7,5 anos. os analistas frisam que só um intervalo entre 4% e 4,5% é sustentável para a economia portuguesa. «um juro acima de 5% é mais um problema que uma solução», diz filipe garcia, da imf.

para aceder a melhores condições de auxílio, porém, a unidade política será factor-chave nas negociações. «pela nossa experiência, quanto maior cooperação um país mostrar nas negociações, mais barato ficará o pacote de ajuda», refere ao sol thibault mercier, economista responsável pelo países periféricos da zona euro do bnp paribas. «está tudo dependente da vontade e capacidade que os responsáveis portugueses demonstrarem para a implementação das medidas impostas pelo fmi e ue», diz.

esta semana, durão barroso, apelou «ao maior sentido de responsabilidade» e à unidade dos partidos.

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