imagine que lhe aparecem convidados inesperados em casa. servir-lhes um petisco, de fácil preparação e com boa apresentação, não tem de ser uma dor de cabeça.
«as conservas aguentam-se durante dois ou três anos e existem em qualquer casa», sugere marluz rodriguez. a chef do restaurante el canario, em vigo, participou há dias numa acção de promoção dos produtos gastronómicos e turísticos das rias baixas, em vila nova de gaia.
a região galega é conhecida pelas conservas de peixe e marisco, que foram apresentadas sob a forma de sete receitas gourmet.
«estas receitas são todas feitas com conservas, que se encontram facilmente nos supermercados em portugal. depois nós, os chefs, só lhes acrescentamos uns pontinhos em decoração», assegura marluz. em 15 minutos – «e já é dar tempo a mais» –, é possível fazer boa figura.
sendo o ingrediente mais «raro» das receitas, brinca a chef espanhola, «o molho de soja».
com as conservas de sardinha, lula, vieiras, mexilhão, cavala e atum, fatias de pão branco e alguma imaginação – quer na escolha das ervas aromáticas e de outros condimentos, quer na apresentação das tapas –, é possível brilhar, sem ter muito trabalho.
a recepção fica completa com a escolha de um bom albariño. o vinho alvarinho representa 95% da produção nas rias baixas, mas o nosso mercado só representa 2% da exportação dos 160 vinicultores da região – em 2010, venderam para todo o mundo 30 milhões de litros.
«há 20 anos, levantaram-se praticamente todas as vinhas para plantar alvarinho, mas agora os produtores dão-se conta de que há outras castas nobres e estão a reintroduzir castas autóctones», explica david barco, presidente da asociación gallega de sumilleres, que também participou na operação de charme do turismo das rias baixas, em portugal.
o alvarinho feito em espanha é «menos frisante» do que o vinho verde português, «mais seco e encorpado na boca», mas tem uma aromática semelhante, com notas cítricas, vegetais e, por vezes, mentoladas, descreve o escanção espanhol.
dos nove vinhos apresentados em gaia, david barco destaca o tinto señorío de rubiós, uma produção pequena feita com a casta souson. «é frutado e muito fresco na boca», tem intensidade média-alta e «um toque atlântico completamente distinto».
os portugueses já representam 25% dos turistas que chegam todos os anos à região das rias baixas, na galiza, o sétimo destino mais visitado de espanha em 2010.
exemplo de receita
mexilhão entre batatas
uma lata de mexilhões de escabeche
batatas fritas do tipo artesanal
queijo fresco
maionese
monte o ‘bocadillo’ colocando um mexilhão, depois de bem escorrido o líquido da conserva, em cima de uma batata frita. cubra o mexilhão com um creme feito à base de maionese, queijo fresco e o líquido que escorreu do escabeche. coloque por cima outra batata frita e já está.