Como director da CIA, é Leon Panetta quem terá de receber os louros da Operação Gerónimo, que culminou com a morte de Osama bin Laden. Quando se soube que aos 70 anos tinha sido escolhido para liderar a agência de informações e de segurança, não faltou quem criticasse a opção: no seu vasto currículo nada indicava experiência na área (descontando piadas relacionadas com as origens da família, a Calábria, região de onde é originária a associação mafiosa ‘Ndrangheta).
A resposta surgiu com uma operação que – discussões legais e éticas à parte – se saldou por uma vitória da CIA. A poeira levantada pela missão militar ainda está no ar. Mas o antigo director de pessoal da Casa Branca durante a presidência Clinton não se furtou a dissipar dúvidas em dois temas. Não teve pejo algum em revelar que os paquistaneses foram deixados na ignorância para não porem em causa a manobra – e com isso criticar um regime que se diz aliado; e em reconhecer que foi graças a um método de tortura que o próprio e Obama condenaram em 2009, waterboarding, que terá transpirado informação que conduziu à casa onde estava Bin Laden.
Aos 72 anos, Panetta está longe de calçar as pantufas. Na semana passada foi anunciado que irá substituir Robert Gates como secretário da Defesa.Ninguém duvide que será duro. A começar nos cortes orçamentais que os militares terão de sofrer.