para jerónimo de sousa, o psd revela-se «mais troikista que a troika», levando mais além as medidas impostas a portugal pelas instituições internacionais. comentando a proposta laranja de redução da taxa social única (tsu), o secretário-geral do pcp sustentou que esta medida irá descapitalizar a segurança social. a tese foi refutada por passos coelho, que apontou para a reestruturação do iva como uma fonte alternativa de receita, mas sem convencer o oponente: «o iva não é elástico. se há mais receita é porque há mais imposto».
o também deputado defendeu um corte nos custos das empresas, mas através da redução da factura da energia, comunicações ou transportes. até teve a concordância de passos coelho. mas o líder social-democrata viria depois a usar a electricidade como «um exemplo» dos ganhos que se podem obter com alterações às taxas do iva: a subida da energia da taxa mínima (6%) para a taxa máxima (23%) representaria «uma receita adicional de 500 milhões de euros».
as críticas a josé sócrates acabaram por levar passos coelho e jerónimo de sousa a concordar várias vezes ( «só se perdem as que caem no chão», diria o segundo, sobre as críticas ao governo), mas com o líder comunista a colar os sociais-democratas às políticas socialistas. e se jerónimo de sousa defendeu a reestruturação da dívida como uma solução alternativa ao pacote de medidas da troika, passos coelho usou a mesma ideia, mas como um argumento contra o ps, afirmando que se os socialistas ganharem as eleições – depois de terem «falhado todos os compromissos e objectivos» – portugal acabará a fazer uma reestruturação da dívida externa, que afastará o país dos mercados por 10, 15 anos.
já no final do debate na tvi, questionado por judite de sousa, o líder do psd disse não ter explicação para os resultados das sondagens, que dão um empate técnico a socialistas e sociais-democratas. «não lhe sei dizer», foi a resposta de passos coelho – «não sou um analista de sondagens e não vou perder tempo com elas».
nota – a prestação dos oponentes neste debate – tal como acontecerá nos próximos – foi classificada de 0 a 20 valores por um júri do sol. este é constituído pelo director josé antónio saraiva, pelo director-adjunto, josé antónio lima, pelo sub-director mário ramires e pelo coordenador executivo de política, manuel agostinho magalhães.