Falsificar bilhetes de identidade é um acto tão comum nos mais novos que são poucos os porteiros que estranham a perícia dos clientes prevaricadores. Nas discotecas que têm cartão de consumo mínimo também é corrente aparecer, no final, um número considerável de miúdos que perderam o cartão ou que dizem que algum empregado lhes ficou com ele.
Roubar bebidas que algum cliente mais incauto poisou no balcão enquanto cumprimentou um amigo ou conhecido também faz parte da normalidade da vida nocturna. Fazer desaparecer frappés, tirar garrafas das prateleiras, destruir casas de banho, ou tentar agredir o namorado da rapariga de quem gostam são tudo actos que igualmente aparecem no menu. Não há quase nada que os mais pequenos, de idade, entenda-se, não façam nas discotecas e bares que frequentam.
Mas, há sempre um mas. Há dias, um desses adultos de 17 anos aproximou-se do balcão de uma das casas da moda e fez um pedido incompreensível para a empregada. Depois de chamar a atenção pelo estado eufórico em que se encontrava, alguém com mais experiência de pedidos bizarros aproximou-se do rapaz e perguntou-lhe o que desejava. Este, depois de balbuciar palavras sem nexo, lá explicou que queria uma tequila, sal e limão, já que ninguém conseguia perceber o cocktail que desejava. Num primeiro momento, qual Mel Gibson, colocou o sal sobre o dedo polegar, que faz concha com o próximo, e snifou o sal! De seguida bebeu a tequila de um trago, mas a surpresa suprema estava para chegar… quando levou a cabeça para trás e começou a espremer o limão para os olhos. Claro que se seguiram uns gritos lancinantes, embora o pequeno grande homem tenha desaparecido na direcção da casa de banho.
Confesso que já assisti e ouvi muitas bizarrices, mas esta é digna de um Óscar da estupidez. O que levará alguém a fazer tantas palermices juntas? Será que tudo é válido para demonstrar bravura aos amigos? Acredito que seja próprio da idade e que num futuro próximo o seu comportamento nada tenha a ver com o revelado. O problema é quando ficam marcas para sempre. Seja da estrada, dos copos ou de outras iguarias.
vitor.rainho@sol.pt