Nada de muito surpreendente para os que seguem as novas de Bruxelas e Estrasburgo.A crise financeira e económica que estoirou em 2008 teve consequências tremendas. Mas desde a entrada em vigor do Tratado de Lisboa que a UE embarcou num decadente comboio-fantasma, num trajecto repleto de esqueletos a sair de armários, de fantasmas que julgávamos incapazes de ainda aterrorizar alguém, de depenados e tristes gorilas que tentam puxar-nos para fora do vagão. Só que em vez de um maquinista a levar-nos nesta viagem de duvidoso gosto, temos agora três funcionários. O mais antigo em funções, Barroso, não tem mãos a medir com as avarias do trem – e o desfiar de sustos já não lhe provoca emoções. O mestre de cerimónias Van Rompuy distrai-se a escrever pequenos poemas (haikus) e não olha para a paisagem. Resta a baronesa Ashton, que tem de dar milhares de voltas para identificar o percurso. Nesta semana atingiu um primata ao abrir uma delegação em Benghazi. É pouco. E é preocupante.
Nas Bocas do Mundo – Durão Barroso
Que semana para comemorar o Dia da Europa: da Grécia sabe-se que não tem condições para sair do atoleiro; dos governos cada vez mais nacionalistas ouvimos que as torneiras de euros estão a ser desligadas – e pelo meio vão ofendendo os cidadãos à sede das economias mais fracas, como se estes fossem a cigarra…