Louçã acusa Passos Coelho de ‘radicalismo extremista’

O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, acusou hoje Pedro Passos Coelho de ter levado o PSD a um «radicalismo extremista nunca visto na política portuguesa». No debate na TVI, Louçã citou a proposta social-democrata de que os desempregados devem dedicar três dias por semana a trabalho comunitário, bem como as críticas ao programa Novas…

críticas a que pedro passos coelho retorquiu que o be «dá a sensação de que gostaria de mudar de sociedade». e defendeu que «todos aqueles que recebem uma prestação social devem poder devolver parte da solidariedade do estado e dos contribuintes». já quanto ao programa novas oportunidades, que passos coelho classificou ontem como uma «mega encenação paga a peso de ouro» para «atribuir uma credenciação à ignorância» – o que motivou duras críticas de josé sócrates -, voltou a defender uma auditoria externa para apurar se estas qualificações são úteis para o mercado de trabalho.

num debate muito centrado nas questões económicas, o presidente social-democrata começou por afirmar, em resposta a uma questão de judite de sousa, que o seu partido tem «a obrigação de ganhar as eleições». «não coloco a mim próprio uma fasquia mais baixa do que aquela que coloquei ao psd nas últimas eleições», afirmou. às críticas de francisco louçã de que o psd deu aval às políticas do ps, bem como às medidas agora impostas pela troika, o líder laranja respondeu assim: «há 78 mil milhões de razões para estarmos numa posição diferente da do ps».

recusando a renegociação da dívida defendida pelo be, passos coelho rejeitou a acusação de que o «psd é um dos grandes responsáveis pelo ‘engordamento’ do estado». «não somos senão amadores e muito impreparados quando comparados com o ps nesta matéria», sublinhou. francisco louçã levou também para o debate a madeira, acusando o governo do social-democrata alberto joão jardim de desbaratar dinheiro e atribuir projectos de grandes obras a membros do partido. «se alguma coisa na madeira não correu com a transparência que devia, deve haver órgãos próprios para actuar», respondeu o líder laranja.

susete.francisco@sol.pt

nota – a prestação dos oponentes neste debate – tal como acontecerá nos próximos – foi classificada de 0 a 20 valores por um júri do sol. este é constituído pelo director josé antónio saraiva, pelo director-adjunto, josé antónio lima, pelo sub-director mário ramires e pelo coordenador executivo de política, manuel agostinho magalhães.