perante uma plateia de cerca de 1600 pessoas, reunidas num almoço na sala tejo do pavilhão atlântico, em lisboa, o líder do bloco de esquerda defendeu que o que está em discussão «é saber se queremos um governo de esquerda ou se não queremos governo nenhum». porque «do outro lado há uma coligação de fiscais do fmi».
e se o dirigente bloquista defendeu que agora é o tempo para o confronto político, abriu já as hostilidades com josé sócrates, acusando o primeiro-ministro demissionário de favorecimento às concessionárias das scut (autoestradas sem custos para o utilizador). «josé sócrates terá assegurado aos concessionários das scut um suplemento de 10 mil milhões de euros. um ministério e meio da educação em suplemento de juros», afirmou. lembrando as críticas do primeiro-ministro à proposta bloquista de renegociação da dívida, carregou no tom: «não negoceia a não ser para o favorecimento».
a renegociação foi um dos pontos mais focados por francisco louçã, que falou num «espantoso, rapidíssimo e profundíssimo consenso de que ninguém estava à espera». «em poucas semanas o be arrasou o debate nacional», referiu o dirigente bloquista, considerando que esta foi «a maior vitória política do be até hoje. conseguimos ganhar a primeira etapa desta campanha».
no almoço que juntou todos os candidatos do partido às legislativas, discursaram também ana drago e luís fazenda, candidatos por lisboa. fazenda reclamou para o be os ‘louros’ pela aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo na última legislatura e deixou duas promessas para a próxima : «uma lei que proteja a dignidade na morte» e o voto dos imigrantes nas eleições para a assembleia da república.