na unidade de preparação do pescado, o líder bloquista voltou a falar em renegociação, mas desta vez aplicada ao sector. em nome da independência alimentar do país, é preciso renegociar as quotas de pesca, defendeu: «temos 4000 milhões de euros de défice alimentar todos os anos. um quarto disso é na pesca».
manuel josé alves, presidente da cooperativa, diz que até 2012 ainda não razões para preocupação. depois, há que ver se não dá «uma histeria» à união europeia, que se tem pautado por beneficiar os infractores: «quem mais pescou e quem mais degradou é quem mais pesca».
mas se esta pode ser uma dificuldade a prazo, manuel josé alves tem já uma lista de problemas presentes. «a pesca é um sector com muitas dificuldades, muitos impostos, é tudo muito burocrático», diz o responsável da cooperativa, apontando também «muitas dificuldades em captar jovens para a pesca». os salários são uma explicação: «os ordenados dependem da captura. se um pescador não capturar peixe, não ganha».
falando aos jornalistas entre as bancas de preparação do peixe – sobretudo peixe-espada preto, pescado à linha e que os responsáveis da cooperativa dizem não ter problemas em escoar para o mercado nacional -, louçã apontou a artesanal pesca como um exemplo de como se pode reduzir o endividamento de portugal: «aqui está a forma como o trabalho das pessoas ajuda a resolver os problemas do país».
do ambiente gelado das câmaras frigoríficas, o be passou depois a uma acção de campanha mais amena, com passagem pelo mercado municipal da vila e pelo jardim, onde foi recebido com simpatia.