Louçã: ‘O voto em branco é desistir do país’

A entrar na derradeira semana de campanha, o Bloco de Esquerda concentra o discurso no apelo ao voto, dirigindo-se aos abstencionistas e indecisos, aos votantes socialistas descontentes com o PS e agora aos eleitores que se preparam para votar em branco.

«é do voto que vamos falar até ao fim da campanha», afirmou o líder bloquista, num almoço na alfândega do porto que reuniu cerca de 500 pessoas. e foi esse o tema de que falou já hoje. «o voto em branco é desistir do país», defendeu, apelando também aos «votos iludidos, enganados» das últimas eleições, para defender que está na hora do «resgate».

«pedem agora outro voto ao país. para que o país vote pelos cortes no serviço nacional de saúde, para diminuir a escola pública, pedem-nos um voto para que continuemos a fechar os olhos, pedem-nos um voto pelo silêncio, um voto que finja que não está em curso um grande ataque, como nunca existiu, à segurança social pública», acusou louçã.

se as críticas vão para o ps, psd e cds, a seguinte foi dirigida ao partido de paulo portas – que hoje recebeu um cravo numa acção de campanha. «nestes últimos dias entraram algumas flores na campanha eleitoral. respondo por isso, por aqueles que somos tantos, que usam um cravo com o orgulho do que foi a história do nosso país» .«a eles quero lembrar as palavras do poema de natália correia a queixa das jovens almas censuradas».

e declamou alguns excertos: «dão-nos um lírio e um canivete/e uma alma para ir à escola/e um letreiro que promete/raízes, hastes e corola.» «dão-nos um nome e um jornal/um avião e um violino/mas não nos dão o animal/que espeta os cornos no destino.»

susete.francisco@sol.pt