a passagem por espinho foi a segunda visita do bloco a uma feira durante a campanha e um dos mais animados contactos de rua dos bloquistas. «então não se chega à minha beira? olhe que eu sou sua fã», gritou-lhe uma das vendedoras. louçã demorou-se a falar com feirantes e compradores, tentou convencer abstencionistas e saiu de espinho com um piropo: «olhe, é mais bonito ao vivo».
mas foram as queixas de desempregados e reformados que dominaram as conversas. «arranje emprego para as pessoas de mais de 50 anos. tenho 54 anos, sinto-me super válida, ando à procura de emprego há cinco anos e não consigo», lamentou uma mulher que se dirigiu ao dirigente do be. e insistiu: «as pessoas de mais de 50 anos são pessoas válidas».
um pouco mais à frente, foi a vez de um idoso questionar: «porque é que não aprovaram o pec 4? não foi isso que levou à crise?» «não, não foi isso. nós queremos defender os direitos que eram atacados no pec», explicou louçã, que a cada paragem ia insistindo nos cortes previstos no acordo da troika subscrito por ps, psd e cds.
a visita prosseguiu ao som de bombos, mas não eram do be: uma comitiva local do psd aproveitava também a manhã para fazer campanha na feira. mas foi o cds que voltou à conversa, pela voz de um reformado. «porque é que gastaram milhões de euros nos submarinos?» resposta pronta: «oh meu amigo, isso tem de perguntar ao paulo portas. foi dinheiro deitado à rua».
depois da feira, a comitiva do be passou pelo hospital de são joão da madeira. francisco louçã almoça agora com josé manuel pureza, líder parlamentar e cabeça-de-lista por coimbra, nas cantinas amarelas da universidade.