SOL&SOMBRA

Quem está ao SOL e quem ficou à SOMBRA. A semana vista por José António Lima.

sol

passos coelho

a vitória no frente-a-frente com sócrates, que lhe foi atribuída pelas sondagens e pela generalidade dos comentadores, fica a marcar, simbolicamente, o momento de viragem nesta campanha eleitoral. todas as sondagens, das principais empresas de estudos de opinião, passaram a dar o psd na liderança das intenções de voto, com uma tendência constante para aumentar a sua vantagem percentual. o líder do psd parece ter ultrapassado as suas dificuldades de afirmação junto do eleitorado. mas tem pela frente uma dificuldade ainda maior: governar o país em crise e em recessão, com um programa previamente estabelecido e trimestralmente fiscalizado pela troika de financiadores estrangeiros.

pinto da costa

em menos de uma semana viu o fc porto conquistar mais dois troféus – a liga europa e a taça de portugal – e tornar-se o clube português com maior número de títulos, nacionais e internacionais, no seu palmarés, 69 no total, ultrapassando o benfica (e só mesma alguma imprensa desportiva, doentiamente benfiquista, como a bola e o record, se lembraria de ir desenterrar uma velha e amigável taça latina para tentar negar a realidade dos factos…). de 1906 a 1982, o fc porto só obtivera 16 títulos; desde que ele chegou à presidência do clube, há 29 anos, somou a esse parco pecúlio mais 53 títulos (quase a uma média de dois títulos por época). pode não se gostar do seu estilo, mas os resultados são esmagadores.

&sombra

josé sócrates

apareceu nos debates televisivos tenso e carrancudo, deixou-se suplantar por portas e passos nesse terreno que antes sempre dominara, está a fazer uma campanha eleitoral à defesa e autojustificativa, com gafes da sua máquina partidária como a das camionetas de apoiantes indianos e paquistaneses. e só tem um discurso: o de pedir agora entendimentos, que antes sempre rejeitara com arrogância. é a cara da derrota antecipada a 5 de junho.

pinto monteiro

o pgr ficou ainda mais isolado ao ver o conselho superior do ministério público mandar arquivar os processos disciplinares que abrira aos magistrados dos casos freeport e dos submarinos e à directora do dciap. é ele – e não os magistrados que tentou processar – quem mais tem posto em causa a imagem de isenção e imparcialidade do mp. dificilmente sobreviverá ao fim do ciclo político de sócrates.

josé antónio lima