‘Agora só conta uma palavra: decidir’

Está escolhido o mote até ao final da campanha. «Amigo, o que é que vais fazer do teu voto?», perguntou hoje Francisco Louçã, num ‘mini’ discurso no meio da rua Augusta, em Lisboa. O líder do BE promete repetir a questão «a toda a gente, um a um, nas ruas, nas fábricas», onde quer que…

uma estratégia para chegar aos socialistas desiludidos, para virar votos brancos e nulos, mas sobretudo para convencer os abstencionistas. hoje, na arruada que partiu do largo camões, desceu o chiado e foi até à rua augusta, louçã voltou a ouvir um discurso que se repete nas ruas. «está a ver a minha idade, os meus cabelos brancos? já votei nos partidos todos, agora estou a pensar não votar em ninguém. e os meus filhos também. estamos fartos disto», queixou-se um reformado do sector bancário. louçã deteve-se e durante alguns minutos tentou convencer o interlocutor de que é preciso escolher – «faz mal, vote em quem o defende, vote para não ser enganado, não se deixe enganar outra vez.» «vou pensar», foi a resposta final.

a conversa com este reformado foi uma excepção na arruada desta tarde, feita de cumprimentos rápidos, bem menos calorosa que idênticas iniciativas feitas noutras paragens. ao lado de louçã esteve sempre o eurodeputado miguel portas. luís fazenda e helena pinto, candidatos por lisboa, também desceram o chiado, ao som de bombos e gaita-de-foles, e dos slogans entoados pela comitiva bloquista: «fmi, sai daqui» ou «sócrates e passos vão ver se chove, não queremos voltar ao século xix».

no final, louçã discursou para um microfone colocado pelo be a meio da rua augusta. foi ainda ao «amigo» eleitor de esquerda que se dirigiu, pedindo o voto na «esquerda de compromisso pelo emprego e contra a bancarrota» – «se o entregares a josé sócrates, o voto que é teu passou a ser contra ti, o voto que é teu vai permitir o congelamento das reformas, a privatização da caixa geral de depósitos, a liberalização dos despedimentos.

susete.francisco@sol.pt