tanto do lado das instituições financeiras como do banco central existe, segundo várias fontes ouvidas que pediram anonimato, a preocupação de que as novas exigências de reforço de capital a que os bancos estão obrigados bloqueiem a concessão de crédito a empresas e famílias, de uma forma tal que se ‘asfixie’ a economia.
em causa não está o cumprimento das exigências feitas às instituições financeiras pelo banco central europeu (no âmbito dos testes de stresse) e pela troika, mas sim «a procura de um equilíbrio destas metas com a continuidade do financiamento a um ritmo que permita à economia continuar a funcionar», explica fonte do sector bancário.
a necessidade de desalavancagem – cortando crédito e aumentando recursos (nomeadamente através da captação de mais depósitos e venda de activos) – é considerada «inevitável pelo sector financeiro para se tornar mais sólido e vamos cumprir», assegura outro banqueiro.
o grande problema é que as empresas portuguesas têm, em termos gerais, baixos níveis de capital e, tendencialmente, ‘alimentam’ a sua actividade operacional com base em capitais alheios, sobretudo por via de empréstimos bancários.
o objectivo é que os grupos bancários consigam ter rácios de core tier 1 mínimos de 9%, a partir de 31 de dezembro de 2011, e de 10% a partir de 31 de dezembro de 2012. o core tier 1 estabelece o nível mínimo de capital que as instituições devem ter em função dos requisitos de fundos próprios decorrentes dos riscos associados à sua actividade. ou seja, mede a solidez de um banco.