perante cerca de 1200 pessoas, louçã
não poupou o ainda primeiro-ministro. «josé sócrates governou
2000 dias, nesta campanha esteve 15 horas à frente das televisões,
com todas as oportunidades para explicar o memorando da troika que
assinou», apontou o líder bloquista, acrescentando que nem por isso
o líder do ps saiu do silêncio que manteve durante toda a campanha
sobre esta questão.
o líder do be falou aos socialistas
«hesitantes, desiludidos e descontentes», para defender que
sócrates «não merece o voto de nem um único socialista desses que
prezam os valores da esquerda e da solidariedade»
«não merece o voto um governo que
prefere a injustiça à defesa dos mais pobres», prosseguiu, no
mesmo tom crítico – «nunca o ps esteve tão à direita, nunca
esteve tão agressivo em relação aos trabalhadores».
«a esquerda não pode ser arrastada
para a derrota que significa o acordo» da troika, disse ainda,
definindo o bloco de esquerda como o contraponto às políticas de
sócrates: «assumimos responsabilidades pela segurança social e
contra o ataque às pensões».
a direita também não ficou fora do
discurso do comício de encerramento. para louçã «a direita é
totalmente colaboracionista no ataque ao trabalho, no ataque ao
emprego, no ataque às reformas». mais : «que topete tem hoje a
direita para chegar ao ponto de dizer que as vítimas da crise agora
têm de trabalhar gratuitamente». a plateia irrompeu em aplausos.
o dirigente do be deixou ainda uma
palavra para aqueles que perguntam «será que passos coelho não
pode livrar o país de josé sócrates?». e deu a resposta – «não.
nunca se vota por ódio, vota-se por responsabilidade».
o discurso de louçã terminou com uma
palavra recorrente nas últimas duas semanas – «justiça, justiça,
justiça».
susete.francisco@sol.pt