Silêncio surreal na sede do CDS

Nem parecia que estávamos na sede de um partido em noite eleitoral, e muito menos de um partido que terá aumentado a sua representação e está na antecâmara do Governo. No momento em que as televisões deram as projecções dos resultados, não se ouviu um aplauso, ou sequer um elevar dos decibéis dos murmúrios, no…

nos últimos três dias de campanha, paulo portas insistira que a atitude do partido na noite eleitoral seria «humilde», dizendo aos militantes que o povo português não compreenderia euforias e festejos face às dificuldades actuais. pelo que se viu, foi seguido à letra, porventura com até com exagero.

os primeiros aplausos da noite foram para o bloco de esquerda, já depois das 20h15, quando mariana aiveca reconheceu a derrota em declaração às televisões. depois, mais aplausos para pedro mota soares, o dirigente do cds-pp, que assinalou «o fim da era josé sócrates» e disse que os resultados das freguesias do interior ficam «aquém» das expectativas do partido, embora os das freguesias urbanas fiquem «muito acima» do esperado. depois disso, as conversas fluiram mais descontraida e audivelmente.

frederico.carvalho@sol.pt