os assaltos a estes estabelecimentos são cada vez mais violentos e sucedem-se por todo o país (não apenas em estabelecimentos de rua, mas também dentro de centros comerciais), contrariando uma tendência de redução da criminalidade, anunciada há duas semanas pelo governo: os crimes violentos desceram 11% no primeiro trimestre deste ano e os crimes participados 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
contudo, o gabinete de antero luís, o novo secretário-geral do sistema de segurança interna, não avançou mais pormenores sobre cada categoria criminal nem sobre a distribuição geográfica dos crimes.
governo não divulga dados
questionado pelo sol, antero luís não quis revelar os números relativos ao sector das ourivesarias nem explicou que medidas já tomou ou está a tomar para controlar este flagelo.
este foi, aliás, um objectivo assumido pelo parlamento a 4 de fevereiro deste ano, quando os deputados aprovaram, por maioria, um projecto de resolução do cds-pp (o ps foi o único que votou contra e o bloco de esquerda absteve-se).
as recomendações foram no sentido de se reforçarem os meios de combate aos roubos em ourivesarias – através da criação de equipas mistas formadas pela polícia judiciária, psp e gnr – e a realização de um estudo nacional sobre esta realidade, que identifique os locais, os dias, as horas e as motivações dos autores destes crimes.
mais menores a roubar
ainda em abril passado, a polícia judiciária deteve dois assaltantes que invadiram uma loja de venda de ouro usado, na zona de valongo, no porto, em plena luz do dia. um tinha 18 anos e o outro 26 e estavam desempregados. levaram dinheiro e o computador.
outros há que deitam a mão a todo o ouro que encontram pela frente. foi o caso de quatro brasileiros (um deles ilegal), entre os 17 e os 26 anos, que no mês passado assaltaram, com três armas, uma ourivesaria na ericeira. levaram mais de 15 mil euros em peças de ouro e prata. foram detidos um dia depois pela polícia, que já os tinha referenciado por outros roubos em ourivesarias situadas na área metropolitana de lisboa.
o ouro começa a ser alvo de interesse ao nível dos ilícitos cometidos por menores de 16 anos. isso mesmo é constatado pela direcção-geral de reinserção social (dgrs).
segundo disse ao sol a técnica de equipa de reinserção social ana lavado, da dgrs, «a maioria dos roubos são de telemóveis, mas agora começam a aparecer roubos de ouro, em particular a senhoras de meia idade». um caso desse género ocorreu em 2009, quando uma jovem grávida, de 17 anos e dois adolescentes foram detidos, em lisboa, na posse de vários artigos de ouro furtados em várias residências na zona de alvalade. os mais novos, de 12 e 15 anos, ficaram à guarda do estado.