Conta-se que Martine Aubry e DSK tinham um pacto de não agressão: somente avançaria o socialista com melhores condições. O que levou a líder do PSF a um silêncio prudente. Até ao «trovão», nas palavras de Aubry, que ressoou em Nova Iorque com a detenção de Strauss-Khan e cujas ondas de choque atravessaram o Atlântico, obrigando Aubry a declarar esta semana a candidatura.
A filha de Jacques Delors é bem mais do que isso. Uma série de medidas que a esquerda reivindica como suas bandeiras têm a sua assinatura, enquanto ministra do Emprego e da Solidariedade durante a governação de Lionel Jospin: semana de trabalho de 35 horas, cobertura universal de saúde, lei contra a exclusão social, e um programa de emprego para os mais jovens. Três anos depois saiu do Governo para concorrer à Câmara de Lille, que continua a dirigir com popularidade.
Salvo surpresa nas primárias do partido, será entre Aubry, Sarkozy e a extremista Marine Le Pen que se decidirá quem vai tomar as rédeas ao ‘hexágono’ a partir de 2012. Os eleitores franceses terão a hipótese de escolher entre a primeira Presidente na sua história e Carla Bruni. Se as sondagens têm crédito, só um critério arrevesado dos eleitores, como a beleza da cantora pop, poderá valer a Sarkozy.