SOL&SOMBRA

Quem está ao SOL e quem ficou à SOMBRA. A semana vista por José António Lima.

sol…

nuno crato

o novo responsável pela pasta da educação e ciência foi um dos ministros mais inovadores no discurso e convincentes nas ideias durante o debate parlamentar do programa do governo. prometeu maior rigor e exigência, a reintrodução de exames nacionais a partir do 6.º ano, a manutenção da avaliação de desempenho dos professores, uma prova de acesso à profissão docente. e não se inibiu de considerar o ministério da educação «uma máquina gigantesca e que em muitos aspectos se sente dona da educação». para concluir: «quero acabar com isso!». uma estreia prometedora do seu mandato.

fábio coentrão

aos 23 anos chega a um clube de topo do futebol europeu e mundial, o real madrid, com outros grandes como o chelsea a disputarem a sua contratação. valeu ao benfica uma transferência milionária de 30 milhões de euros e tem agora pela frente o desafio de mostrar que tem capacidade de adaptação ao estrangeiro e a um futebol mais exigente. e que saberá revelar em madrid a mesma qualidade e fulgor que o levaram a tornar-se um titular indiscutível na luz e na selecção nacional.

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vítor gaspar

não é culpa sua, como é óbvio, mas o ministro das finanças não podia ter pior notícia do que a surpreendente e impiedosa descida de quatro níveis com que a moody’s colocou a dívida portuguesa na categoria de ‘lixo’. de um dia para o outro, o que já era uma tarefa problemática – recuperar a credibilidade das finanças nacionais e cumprir o memorando assinado com a troika – tornou-se ainda mais difícil e incerta, com a subida dos juros da dívida e a maior escassez de crédito à banca e às empresas portuguesas. como afirmou passos coelho, foi um verdadeiro ‘murro no estômago’.

fernando nobre

afinal, era mesmo verdade que só aceitaria ficar no parlamento com o cargo de presidente da ar – e que, não o conseguindo, deitaria às malvas os votos que andou a pedir ao eleitorado e qualquer noção de humildade democrática. apesar de ainda ter feito de conta que não era isso que iria fazer… um episódio lamentável. mas pedagógico no que respeita a vaidades pessoais. chegam a meter dó as explicações e contradições em que agora se enreda para justificar tanta reviravolta. ficará como imagem de uma incursão efémera e inglória na vida política.

josé antónio lima