SBSR e a dura missão de superar os receios do ano passado

Os passes para os três dias estão esgotados mas quem não perde um Super Bock Super Rock (SBSR) já tem o seu há muito tempo. Apesar das filas imensas que se formam na estrada, das nuvens de pó no recinto do festival, do calor que se faz sentir e da praia sobrelotada, os festivaleiros estão…

o sol acompanhou um destes veteranos dos festivais, que desde 1998 vai a praticamente todos os eventos do género e até já viajou à grécia para ouvir as bandas do momento.

de pulseira no braço, quarta-feira a meio da tarde tiago peralta e os amigos arrancaram de lisboa rumo à herdade do cabeço da flauta para marcar lugar no campismo, zona que a organização garante ter «quadriplicado» para um total de cinco hectares. mesmo assim «já está cheio», garantem.

do que conseguiu ver do festival, que ontem foi apenas zona do acampamento, tiago, de 26 anos, conta ao sol que está «melhor». «pelo menos tem árvores», o que é uma enorme melhoria relativamente ao ano passado.

quanto às acessibilidades, feitas através de uma estreita estrada de curvas, este festivaleiro tem poucas esperanças: «vai dar barraca na mesma».

as queixas são comuns, mas a verdade é que ninguém fica em casa. há quem vá pela praia e pela gente gira, outros aproveitam a oportunidade de sair de casa dos pais pela primeira vez. mas, para os mais experientes, o motivo principal é a música e é nesse grupo que se insere tiago.

nas bandas que já viu e que quer rever, tiago destaca  beirut. «deram um bom espectáculo no sudoeste. tocaram duas horas e, apesar de ter adorado, a meio comecei a pensar que as músicas eram todas iguais. desta vez quero ver se têm algo mais para dar ou se se esgotam ali».

já no que diz respeito às bandas que ainda não viu e que quer muito ver,  rodrigo leão e b-fachada são os eleitos do jovem de 26 anos. «são dois ‘tugas’ que me deixam curioso. rodrigo leão nunca tive oportunidade de ver e acho que vou gostar muito». «depois, os grandes nomes: o brit rock forjado na internet dos artic monkeys, os arcade fire, banda sensação do momento e premiados com o grammy para o melhor álbum em 2010. e o rock dos norte-americanos the strokes».

no palco meco (ou tenda electrónica), tiago  jura que não vai perder james murphy. «não consegui ver quando veio cá ao lux», o senhor lcd soundsystem que agora se apresenta a solo. «na segunda noite, sven vath», dj e produtor alemão bem conhecido do público português. e, a fechar o festival, o techno minimal de ricardo villalobos, o chileno que dá cartas em clubs e festivais em todo o mundo.

entre os ‘grandes’ do grande palco super bock e as tendências mundiais da música electrónia, tiago promete fazer pelo menos duas paragens no palco edp, o mais alternativo do festival: «não quero perder tame impala, um indie alternativo muito ‘frito’, mas que me parece que pode ser uma surpresa», nem o indie rock dos the vaccines.

catarina.palma@sol.pt