às empresas, em geral, a banca cobra comissões que seriam impensáveis há um ano ou dois. nalguns casos, aumenta spreads ao primeiro incumprimento, executando as habituais cláusulas contratuais que permitem cobrar mais a quem falha e, assim, começa a tornar-se menos fiável.
tornou-se um lugar comum dizer que o dinheiro barato acabou. na verdade, para a banca portuguesa, se tivermos os últimos anos como padrão, o que acabou não foi o dinheiro barato. foi o dinheiro mesmo. o que resta e o que se for arranjando vai ser vendido a peso de ouro, regateado como qualquer mercadoria rara. e, em parte, guardado a sete chaves como uma relíquia de outros tempos enquanto não chegam tempos novos – de que os bancos e o país precisam, mas que só verão chegar se ambos mudarem de vida.
há uns anos, um anúncio que ficou na memória de muitos dizia: «queres dinheiro? vai ao totta!» hoje, com o fim das facilidades, a campanha bem poderia ser: «queres dinheiro, vai trabalhar!». ou, melhor ainda: «queres dinheiro? nós também!».
ricardo.d.lopes@sol.pt