Quente&Frio

A semana vista por Tânia Ferreira.

QUENTE

LUÍS MIRA AMARAL – Há muito tempo que o presidente do banco BIC Portugal andava de olhos postos no BPN para conseguir dar escala ao banco de origem angolana no mercado luso. Esta semana foi, finalmente, o protagonista de, talvez, um dos melhores negócios do ano em Portugal, comprando um banco limpo de ‘espinhas’ (que ficam cravadas nos bolsos dos contribuintes portugueses), que lhe vai permitir dar o salto e passar à frente de concorrentes como o alemão Deutsche Bank ou o espanhol BBVA. A marca BPN vai morrer nas mãos do BIC, mas o preço da sua nacionalização vai ser difícil de esquecer.

BARACK OBAMA – Depois de semanas a esticar a corda, quase mesmo até rebentar, o presidente dos EUA conseguiu, na data limite, o acordo que evitou o incumprimento dos EUA – e que estava a deixar a economia mundial à beira de um ataque de nervos. Mas a vitória republicana no Senado pode ser de curta duração. O próprio presidente norte-americano assumiu que «este foi apenas o primeiro passo no caminho do reforço da economia». A reforma fiscal deverá ser a próxima frente de batalha com os democratas.

FRIO 

PAULO MALÓ – Assume-se como o ‘rei’ da implantologia e reabilitação oral, com clínicas abertas em oito países, além dos investimentos que fez em turismo e vinhos. Mas o empresário está a começar a perder ‘as ‘jóias da coroa imperial’. Há poucas semanas ficou a saber-se que o negócio no Brasil faliu – reagiu de imediato anunciando a abertura no Japão – e agora a imprensa noticia que tem dívidas e está a cortar salários. O empreendedorismo é sempre bem vindo, mas com conta, peso e medida, como diz o povo. E bem…

ZAPATERO/ BERLUSCONI – A crise de dívida soberana está a atingir em Espanha e Itália um ponto insustentável, com os juros em máximos históricos. Isto mostra um claro sinal de desconfiança dos mercados em relação às duas economiase faz temer pelo futuro da Zona Euro, obrigando mesmo a um repto da Comissão Europeia para tentar ‘estancar a sangria’, quando a crise já vai além dos países periféricos, como Portugal.

tania.ferreira@sol.pt