em abril, josé luis rodríguez zapatero anunciou que não se candidataria a um terceiro mandato, embora planeasse levar o actual até ao fim, com o argumento de que a estabilidade governativa seria a melhor forma de responder às ondas de choque da crise. mas o agravar das crise espanhola e internacional e o aumento das pressões fizeram-no convocar eleições antecipadas, tendo alegado agora que é um novo governo o garante de estabilidade. um pequeno contorcionismo de alguém que, do psoe aos empresários e da oposição aos media, já para não mencionar os eleitores, tinha ficado sem crédito. a estocada final deu-se com o ataque dos mercados financeiros. e quando se leu no dia 18 de julho no el país, diário conotado com os socialistas, um editorial intitulado ‘fim de ciclo’, e um artigo do administrador juan luis cebrián chamado ‘esta insuportável ligeireza’, sabia-se que era uma questão de dias. zapatero leva no currículo uma série de avanços sociais e de costumes e o aparente desmantelamento da eta. mas falhou onde mais dói – nos bolsos dos cidadãos.
José Luis Zapatero
Na campanha que o reelegeu, em 2008, prometeu a criação de dois milhões de postos de trabalho, quando havia pouco mais do que esse número de desempregados. Hoje há quase cinco milhões, 21% da população activa. A negação obstinada da crise (fortemente ampliada em Espanha pelo rebentar da borbulha imobiliária) e a tardia e improvisada…