A medida revelou-se tão iníqua como a invasão ao Iraque. Além da questão moral que a enforma, as consequências foram desastrosas. Bill Clinton tinha deixado um superavit que se transformou na actual montanha de défice. E esta foi a principal causa (1,2 biliões de euros entre 2002 e 2009), mais do que as guerras no Iraque e noAfeganistão. O mesmo défice que os republicanos tanto querem combater hoje, mas que mantêm Barack Obama refém do Congresso ao não permitirem a subida de impostos. Se em 2012 este regime de excepção aos ricos não acabar, o país não conseguirá arrecadar 2,6 biliões de euros na próxima década). Poder-se-ia argumentar que a carga fiscal era excessiva e que esse dinheiro seria mais sabiamente aplicado na criação de negócios, de empregos, em suma, de riqueza. Mas nada disso se verificou – apenas se agravou o fosso entre norte-americanos.
É neste cenário que um dos homens mais ricos do mundo escreveu um artigo de opinião no New York Times (Parem de mimar os milionários). Nele demonstra que o s seus empregados têm uma carga fiscal muito superior à sua e defende que ele, como os restantes milionários, devem pagar mais impostos. Parece óbvio, e é. Mas vindo de quem vem é uma bofetada à classe política de Washington e também aos colegas de fortuna que terão feito lobbying pela medida.