Anna Calvi, timidez versus intensidade

Em Julho, na passagem fugaz pelo festival Optimus Alive, Anna Calvi já tinha surpreendido com uma actuação poderosa. Mas ontem, no primeiro concerto em nome próprio em Lisboa, na discoteca Lux, a britânica confirmou porque é uma das grandes revelações de 2011 e mostrou que os elogios de Brian Eno, que a descreveu como o…

com sala esgotada, anna calvi apresentou-se com a sua habitual indumentária vermelha e preta, inspirada no universo do flamenco, como a própria explicou em entrevista ao sol, a publicar esta sexta-feira, dia 16. com meia-hora de atraso (infelizmente uma tradição na discoteca lux), a cantora foi recebida com rasgados aplausos, perante uma plateia que, notoriamente, esperava uma noite de comunhão intensa, tal como anna calvi já tinha mostrado ser capaz no alive. e foi exactamente isso que aconteceu. num concerto em crescendo, bastou o talento da britânica para conquistar o público.

ao vivo, anna calvi transmite toda a força que se sente no disco homónimo, mas acrescenta o seu brilhantismo a tocar guitarra, uma companheira sua desde os 8 anos de idade. há ainda uma tensão na forma como canta que parece sempre prestes a explodir, mas que a cantora controla como ninguém. exemplo disso mesmo são temas como ‘first we kiss’, ‘i’ll be your man’ e o extraordinário ‘love won’t be leving’, com calvi a introduzir um solo de guitarra frenético, mas absolutamente perfeito.

a segurança que surge em palco só é quebrada quando anna calvi se dirigi ao público para perguntar se estão todos bem. a timidez que apresenta no dia-a-dia regressa e mostra a rapariga frágil que ninguém suspeita existir quando a vê cantar e tocar guitarra com tanta afirmação.

alexandra.ho@sol.pt