Primeiro, dirão, Nicolas Sarkozy armou uma cilada a Dominique Strauss-Khan, o socialista que batia todos nas sondagens relativas às eleições presidenciais de 2012. Desacreditado publicamente o ex-director doFMI com as suspeitas de violações, e não satisfeito depois, o Presidente atirou-se ao seu inimigo figadal, Dominique de Villepin.
Conjecturas à parte: ao Journal du Dimanche, Bourgi diz ter levado malas e até djembés (tambores) cheios de francos, dólares e euros para Jacques Chirac e Dominique de Villepin provenientes de chefes de Estado da África francófona. Só em notas, estima, terá levado uns 20 milhões de dólares, fora artefactos e outras peças de incontável valor. Noutra entrevista, mais espantoso ainda: afirma que o Presidente do Gabão Omar Bongo financiou a campanha eleitoral de 1998 de Jean-Marie Le Pen, conhecido xenófobo e racista. Se Le Pen se limita a dizer que as acusações são «teleguiadas» por Sarkozy, já o ex-Presidente Chirac e o ex-primeiro-ministro Villepin vão apresentar queixa por difamação contra Bourgi.
Não é novidade que os dirigentes da chamada Françafrique (Gabão, Burkina Faso, Congo-Brazzaville, Senegal, Costa do Marfim) tenham financiado campanhas eleitorais francesas. Daí a que os próprios líderes gauleses se entretenham a contar dinheiro tirado de malas vai um passo. Pior, Bourgi diz não ter qualquer tipo de provas. Conseguiu agitar as águas. Resta saber se atira também Villepin para fora da corrida eleitoral.
