segundo cálculos do sol com base nos relatório semestrais dos bancos, o total de funcionários ao serviço das sete maiores instituições desceu 3%, para 45.840 trabalhadores. o vice-secretário da federação sindical do sector bancário (febase), carlos silva, confirma que os números agregados dos diferentes sindicatos apontam para a mesma ordem de grandeza – e até para números ligeiramente superiores, com os dados até setembro –, uma vez que os bancos têm optado pela não renovação dos contratos a prazo, sobretudo devido ao fecho de balcões.
na banca, até há pouco tempo uma das principais ferramentas de gestão de pessoal eram as reformas antecipadas, que agora apenas são feitas de forma excepcional, de acordo com carlos santos. «a principal causa da redução de pessoal é o fim dos contratos, com o encerramento de balcões», explica.
de facto, a braços com uma grande retracção no mercado de crédito, as instituições estão a racionalizar as redes de retalho. o bpi anunciou este ano o fecho de 47 balcões, para fazer face à instabilidade financeira, e o bcp também revelou uma diminuição de 20 balcões, o mesmo número que o bes deverá fechar até ao final do ano.
na cgd, que detém a maior rede de retalho em portugal, ainda não se avançou nesse sentido, mas, em julho, o então ceo faria de oliveira não descartou essa possibilidade. «depende da rentabilidade de cada balcão», justificou o banqueiro, salientando que ainda não estavam previsto encerramentos.
de acordo com carlos silva, as reuniões recentes com as direcções de vários bancos mostram que a tendência de fecho de balcões e de redução de pessoal vai continuar. hoje, os casos mais problemáticos no que respeita a potenciais rescisões de contratos identificados pelo dirigente sindical são os do bpn _ e do montepio.
no caso do banco nacionalizado e que vai ser comprado pelo bic, o processo de reprivatização garantiu apenas a manutenção de uma parte dos postos de trabalho (750 num total de 1.600) e, segundo carlos silva, vários trabalhadores estão já a comunicar a intenção de abandonar a instituição.
no caso do montepio, há um diferendo laboral relacionado com o finibanco. a caixa económica comprou o banco em julho do ano passado e há mais de 200 trabalhadores nos antigos serviços centrais daquela instituição financeira no porto, que o montepio procura agora mudar para os seus próprios serviços em lisboa. o sindicato dos bancários do norte já se insurgiu contra esta mudança, acusando o montepio de estar a tentar um «despedimento encapotado e ilegal». o presidente do montepio, tomás correia, admitiu que poderá haver um processo de rescisão por mútuo acordo para os ex-funcionários dos serviços centrais do porto que não se apresentem em lisboa conforme o previsto.