Em oito meses de presidência, cinco ministros foram exonerados dos cargos. Antonio Palocci (Casa Civil), AlfredoNascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo) por escândalos que a imprensa pôs a descoberto, e Nelson Jobim (Defesa), por ter criticado publicamente colegas de Governo.
Outros podem seguir-se, tal é a profusão de casos em que os governantes agem, utilizando dinheiros públicos para fins pessoais, ou por pura e simples corrupção e enriquecimento ilícito. Apesar do bom momento vivido pela economia do Brasil, a mostarda chegou ao nariz do povo e, há duas semanas, milhares de pessoas manifestaram-se na capital.
Dilma desvalorizou as demissões, negando que esteja a fazer uma limpeza no executivo: «Faxina, no meu Governo, é faxina contra a pobreza, o resto são ossos do ofício da Presidência». A imagem da Presidente, não parece ter sido afectada, muito menos no plano internacional.A sua viagem a Nova Iorque captou as atenções de meio mundo. É a primeira mulher a fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (à 66.ª vez). Um momento simbólico e histórico, no qual deu apoio ao reconhecimento do Estado palestiniano. Mas Dilma não se ficou por aí. A sua agenda estava mais preenchida do que o metro à hora de ponta. Participou em debates e manteve encontros com líderes mundiais como Barack Obama ou Nicolas Sarkozy. Com ou sem ministros corruptos, a hora é do Brasil.