uma auditoria ordenada pelo idp aos exercícios de 2008 e 2009, a que o sol teve acesso, detectou erros contabilísticos que totalizam cerca de 5,2 milhões de euros. por isso, os auditores recomendaram a devolução de parte dos subsídios atribuídos.
o idp concedeu nesses dois anos à parkalgar um total de 2,3 milhões de euros, correspondentes a uma parte dos orçamentos e a despesas que ascenderam a 19,5 milhões de euros para as cinco provas em causa.
fora do âmbito da auditoria ficaram quatro provas realizadas em 2010 que levaram o idp a atribuir mais 1,1 milhão de euros.
as auditorias da mariquito, correia & associados foram concluídas a 23 de julho de 2010, mas só passado um mês e 17 dias é que luís sardinha, então presidente do idp, solicitou à parkalgar que exercesse o contraditório. mas os argumentos da gestora do autódromo do algarve só foram entregues a 13 de dezembro (sobre a auditoria de 2008) e a 17 de fevereiro deste ano (em relação às contas de 2009).
as respostas da parkalgar fizeram os auditores alterar ligeiramente as suas conclusões em junho último, baixando o valor dos subsídios a restituir de 997 mil para os 902 mil euros agora reclamados.
poucos dias antes, a sociedade algarvia tinha apresentado novos documentos (entretanto, descobertos numa auditoria interna) que levaram os auditores a solicitar ao idp uma nova auditoria.
augusto baganha, novo presidente do idp, decidiu dar por concluídas as auditorias de 2008 e 2009. contudo, da documentação consultada pelo sol, não é claro se já houve ordem do idp para a parkalgar proceder à restituição de 902 mil euros.
paulo pinheiro, administrador da parkalgar, assegura que as despesas existiram e que apenas estão em causa divergências técnicas de contabilidade. com os novos documentos apresentados, «o eventual valor a devolver será de 27.043,92 euros», diz pinheiro.
campeonato de superbikes lidera erros
as etapas de 2008 e 2009 do campeonato do mundo de superbikes foram aquelas em que foram detectadas mais irregularidades, sendo certo que a parkalgar terá que devolver 650 mil euros por essas provas.
na corrida de 2008 – que foi a competição inaugural do autódromo do algarve – foram erradamente contabilizadas, entre outras, despesas como o patrocínio da parkalgar à equipa de competição de carros mitsubishi ou comissões pagas _à empresa de marketing aventuras no mundo, referentes aos contratos de publicitários conseguidos com a galp, tmn e pt. são cerca de 1,7 milhões de euros (que representam mais de metade do custo da prova) que os auditores consideraram despesas não elegíveis.
já na contabilidade da prova de 2009, a parkalgar não só introduziu despesas relacionadas com a prova do ano anterior (320 mil euros), como inscreveu todas as avenças mensais que paga à mccann erickson por tratar da publicidade do autódromo, num total de 612 mil euros.
em ambas provas, foram apresentadas facturas relacionadas com uma boa parte dos custos anuais da parkalgar racing team – equipa detida pela empresa gestora do autódromo que corre precisamente no campeonato do mundo de superbikes. só em 2009, foram apresentadas despesas num total de 873 mil euros – sendo certo que os salários dos pilotos e de alguns mecânicos foram duplicados. a parkalgar alega que a sua equipa faz publicidade à prova portuguesa o ano todo, por isso os custos devem ser considerados elegíveis. os auditores e o idp discordam.