Governo negoceia com ‘troika’ para flexibilizar fundo da banca

Dada a gravidade do endividamento do Sector Empresarial do Estado (SEE) de Portugal, que soma mais de 38 mil milhões de euros, e os constrangimentos que tal está a gerar nos bancos lusos e no financiamento à economia portuguesa –, o Governo de Passos Coelho já admite que uma parte do fundo de 12 mil…

«tem havido contactos entre o governo e bruxelas neste sentido», confirma fonte da troika ao sol, adiantando que a solução em cima da mesa visa aliviar os bancos na exposição às empresas públicas, após os alertas dos banqueiros.

tal como o sol noticiou em primeira mão, o governo fez recentemente um pedido aos bancos portugueses de 3,7 mil milhões de euros, para assegurar necessidades de financiamento só até ao final do ano. a situação, que já era crítica, agravou-se com o corte de crédito por parte das instituições estrangeiras.

a ideia do executivo não é, porém, eliminar por completo a possibilidade de os bancos recorrem ao fundo para reforçarem os seus capitais. até porque, segundo o sol apurou, e apesar de os banqueiros insistirem em dizer que não vão recorrer ao fundo, tanto o executivo como o banco de portugal (bdp) continuam convencidos de que é necessário assegurar uma ‘almofada’ de fundos da troika para eventuais necessidades de recapitalização dos bancos portugueses, sobretudo em 2012.

no próximo ano as instituições financeiras terão de atingir um core tier i de 10%, contra os 9% deste ano, enfrentando outros desafios pesados, como a desalavancagem, exposição à dívida soberana e dificuldades de financiamento.

a proposta do executivo terá agora de ser analisada pelo comissário europeu dos assuntos económicos, olli rehn.

tania.ferreira@sol.pt