Burocracia deixa doente crónico sem medicação

Os doentes de reumatologia do distrito de Bragança têm desde Setembro consultas gratuitas no Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), mas a aprovação do serviço gerou um imbróglio burocrático que deixou pelo menos um doente sem medicação nos últimos dias.

a situação foi explicada hoje à lusa pelo administrador do chne, antónio marçôa, que assegurou que o caso só chegou na «quarta-feira ao conhecimento do conselho de administração, que lamenta o mal entendido».

«tivemos conhecimento de que havia um doente a quem não terá sido fornecida a medicação gratuita», disse, adiantando que a administração iniciou imediatamente um processo de averiguações ao ocorrido.

segundo explicou à lusa, a situação terá sido motivada por «uma falha burocrática» que obrigou à necessidade de clarificação junto da direcção geral de saúde».

a consulta de reumatologia foi certificada em setembro pela direcção geral da saúde, o que permite ao médico fazer a prescrição da medicação gratuita que o doente levanta na farmácia hospitalar.

de acordo com o administrador, antes do reconhecimento da consulta hospitalar, os doentes tinham de recorrer ao privado e iam levantar, posteriormente, a medicação à farmácia hospitalar.

porém, a creditação da consulta foi dada ao centro hospitalar do nordeste que não existe como entidade jurídica desde junho, altura em que foi oficialmente criada a unidade local de saúde do nordeste que vai agregar hospitais e centros de saúde da região, mas que ainda carece de nomeação dos órgãos directivos.

antónio marçôa explicou que a situação «levantou dúvidas ao director clínico que pediu à direção geral da saúde para clarificar se era válida a creditação nestes termos e decidiu não considerar a consulta creditada até obter resposta».

neste impasse, um doente viu-lhe recusada a prescrição da medição.

o administrador do chne considerou que «faltou bom senso», garantindo que «o utente poderia na mesma solicitar a medicação na farmácia hospitalar».

antónio marçôa disse ainda que «já foram dadas instruções no sentido de ser dada a mediação gratuita aos utentes».

«foi um problema burocrático», assegurou, acrescentando não existir «qualquer orientação da administração para suspender o fornecimento gratuito da medicação».

o centro hospitalar do nordeste agrega os três hospitais do distrito de bragança, nomeadamente bragança, mirandela e macedo de cavaleiros.

lusa/sol