Mudança de sexo. Uma guerra de géneros

Mudar de vida e de sexo está na ordem do dia. Estudos alertam para os elevados índices de suicídio de quem se arrepende, devido à idade precoce em que fez a operação. Prós e contras da identidade de género.

As questões de género, nomeadamente o mundo trans, em que muitos querem mudar de sexo por não se sentirem bem com o que nasceram, divide o mundo ocidental ao meio, à semelhança de quase todos os temas de atualidade. Raramente há bom senso e as posições extremam-se com muita facilidade.

Recorrer a estudos científicos torna-se difícil quando se questiona as motivações de quem os faz, mas parece ser cada vez mais evidente que uma mudança tão radical, como é a mudança de sexo, não deve ser feita de ânimo leve, e muito menos em menores de idade.

 Nos EUA (ver págs. 4-7) diz-se que todos os anos quase dois milhões de jovens da comunidade LGBTQ+ pensa suicidar-se por motivos vários, mas noutras latitudes fala-se abertamente no arrependimento de quem mudou de sexo. Nas sociedades, cada vez mais radicalizadas, não se chega a uma conclusão sobre a idade ideal para se fazer a operação, embora cada vez mais se aponte a maioridade como a idade certa.

Olhando para o que nos rodeia, e falando com muitos jovens adeptos da não existência de sexo definido, percebe-se que cada vez mais pais procuram vestir os filhos de acordo com o que acham que o filho deve ser. Ainda há dias uma amiga me dizia que uma amiga pinta as unhas do filho, de três anos, e que o veste de menina, pois acha que ele se identifica mais com o género feminino. E é neste folclore que muitas crianças são envolvidas à força, dando gás aos detratores das mudanças de sexo. Cientificamente está provado que uma minoria, imensa minoria, não se identifica com o sexo e deve ter a possibilidade de fazer a mudança, embora os mesmos cientistas defendam, como já foi dito, que só na idade em que atingem a maioridade. Mas, olhando para o que se diz, até parece que a humanidade descobriu recentemente que não se identifica com o sexo com que nasceu, tamanho é o histerismo sobre o assunto.

Não é só a história da mudança de sexo que faz a polémica crescer de dia para dia. Os não-binários, no mundo ocidental, convém não esquecer, querem ser tratados umas vezes como masculino, outras como feminino. E aqui a história agudiza-se, pois cada um pode e deve ser o que quiser, mas os outros não devem ser obrigados a entrar no jogo. Veja-se o que se passou no Reino Unido o ano passado quando uma criança de 13 anos exigiu ser tratada como um gato. A colega que se insurgiu contra essa revelação é que foi convidada a mudar de escola, depois de ter respondido à professora: “Se ela se quer identificar como gato ou algo do género então não está mesmo bem, está louca”, tendo a educadora respondido que a aluna estava no sítio errado. “Precisas de ter uma conversa educativa decente sobre igualdade, diversidade e inclusão, porque não vou permitir que este tipo de coisas sejam expressas nas minhas aulas”, disse. O problema é muito mais grave nos EUA – paraíso do wokismo – onde vários professores foram castigados por se recusarem a tratar os alunos por serpente ou outros animais exóticos, além da mudança de sexo dia sim, dia não.

Prisões e quartéis A moda da mudança de sexo, apenas no cartão de cidadão, tem levantado problemas muito complexos em escolas e quartéis militares. Recentemente ficou a saber-se que 50 militares espanhóis destacados em Ceuta optaram por mudar de sexo, conseguindo dessa forma várias regalias, como quarto individual, entre outras mordomias. Alguns, quando foram apanhados com mulheres, disseram que era a sua vertente gay a funcionar! Temos de reconhecer que a imaginação humana não tem limites, nem mesmo em cenário de quartel. Como é que o Ministério da Defesa espanhol vai resolver o problema é uma incógnita.

Por cá, muito se discutiu a possibilidade de os alunos/alunas que num dia não se sentem bem com o sexo com que nasceram possam frequentar a casa de banho, digamos do dia. Depois de muita polémica, algumas escolas optaram, e diria bem, por fazer casas de bem sem género, deixando a maioria na privacidade que deseja, tendo os rapazes uma casa de banho e as raparigas outra. Calculo que nos balneários a confusão seja ainda maior, quando rapazes assumem que se sentem raparigas e querem tomar banho com estas…

E o que dizer com o que se passa em algumas cadeias, onde homens mudam de sexo, no cartão de cidadão, e exigem ser transferidos de estabelecimento prisional? Há já casos de mulheres da Guarda Prisional que se recusam revistar as ‘novas’ mulheres, deixando para os legisladores o que se passa nas celas…

Mudança de cultura Mostrando como o mundo mudou, basta frequentar algumas discotecas portuguesas para ver toda uma nova realidade, cheia de conchitas. Thomas Neuwirth, de seu nome artístico Conchita Wurst, venceu o Festival Eurovisão da Canção de 2014, surgindo em palco com uma enorme barba, de vestido e saltos altos. Dez anos depois, as conchitas conquistaram as pistas de dança e é vê-las de saltos altos – e aqui entram em contradição com a objetificação da mulher, segundo as feministas mais radicais – a espalharem o seu charme pelas discotecas.

Tudo isto se passa num mundo que está a anos luz dos países onde os homossexuais são condenados à morte, apesar de em muitos deles os senhores da guerra terem um rapaz como seu escravo sexual. É só olhar para o Afeganistão…

Nesta edição dedicada às questões de género, poderá ver os argumentos de uns e de outros. Sendo certo que é inquestionável que existe uma minoria que não se sente bem com o sexo que nasceu e que por isso não pode ser ostracizado, nem prejudicado. Mas fazer do problema de uma minoria regra, parece um passo desmesurado…