«o sistema bancário português não está no centro dos problemas nacionais, mas os bancos, por efeitos, de contágio estão sobre forte stress. os impactos da crise nacional e internacional, nomeadamente, da dívida soberana, já se estão a sentir nas instituições financeiras, nomeadamente, reduzindo-lhes a rentabilidade. as ameaças são grandes e a situação pode vir a agravar-se ainda mais. os bancos precisam de ter uma almofada caso necessitem», defendeu o responsável do bce.
as previsões da eba (sigla em inglês para a autoridade supervisora da banca europeia) quanto à necessidade de capitais dos bancos «são ainda bastante preliminares», diz ruffer, salientando que «se espera que os bancos consigam capital para cumprir as metas no mercado ou junto dos accionistas, mas que podem não conseguir e aí vão ter de recorrer a fundos públicos».
já o responsável da ce, jürgen kroger, disse que «gostávamos de ter uma almofada para o sector público, mas não conseguimos», tendo argumentado a seguir que «utilizar a linha da banca não seria prudente».
as medidas estruturais para o sector empresarial do estado, altamente endividado, «têm de ser uma prioridade para o governo», avisa kroger.
a desalavancagem do sistema financeiro português é para a troika «um ponto crucial no programa de ajustamento de portugal, mas terá de ser feita de forma ordeira, para que os bancos continuem a conseguir dar crédito à economia, sobretudo, às empresas privadas», explicou poul thomsen do fmi.
nesta visita, deu a conhecer este responsável, «as autoridades voltaram a alertar-nos para a falta de crédito que as empresas se queixam de não estarem a conseguir para terem fundo de maneio e investir, mas os números ainda não evidenciam isso». neste momento, acrescenta thomsen, «consideramos que ainda não há um problema de oferta de crédito face à procura, mas esta é uma questão a que vamos estar sempre particularmente atentos nos processos de monitorização».