isso mesmo refere joão marques vidal, procurador da república de aveiro, num despacho de dezembro de 2009, até agora desconhecido, no inquérito então instaurado para apurar quem tinha avisado os arguidos do face oculta que estavam sob escuta.
baseando-se nas escutas todas que ouviu – as que ainda existem e as que foram destruídas, que o levaram a extrair uma certidão por eventual crime de atentado contra o estado de direito –, o magistrado relata nesse despacho, de forma pormenorizada, todos os contactos realizados por rui pedro soares (então administrador da pt) e armando vara, que era vice-presidente do bcp, para a pt comprar a media capital (proprietária da tvi). a aquisição seria realizada a pedido do então primeiro-ministro, josé sócrates, e visaria o controlo editorial da estação.
as suspeitas do ministério público (mp) de aveiro levaram à extracção de uma certidão que foi entregue em mão a pinto monteiro, em 23 de junho de 2009, para a abertura de um inquérito. mas, cinco meses depois, o procurador-geral da república arquivou as suspeitas e promoveu junto de noronha nascimento a destruição das escutas que envolviam sócrates.