SOL&SOMBRA

Quem está ao SOL e quem ficou à SOMBRA. A semana vista por José António Lima.

sol…

vítor gaspar

o ministro das finanças viu o seu orçamento para 2012 amplamente aprovado no parlamento e retirou qualquer espaço de progressão à tese das ‘folgas’ ou ‘almofadas’ no oe. impôs ainda condições de rigor à concessão do fundo para recapitalização da banca, apesar do coro de queixumes dos banqueiros, o que lhe deixa agora margem para alguma flexibilidade. e viu aparecer no seu gabinete um alberto joão jardim invulgarmente cordato e lacónico, forçado a discutir os termos do plano de resgate financeiro da madeira. um ministro em alta e, como se viu no parlamento, com uma agilidade e ironia no debate político que poucos lhe atribuiriam.

paulo bento

um empate na bósnia e uma goleada concludente na 2.ª mão do playoff colocaram portugal na fase final do euro-2012. depois de um começo de qualificação desastroso com carlos queiroz, o novo seleccionador fez quase tudo bem: somou vitória atrás de vitória e só desiludiu no jogo da dinamarca. recuperou o objectivo que chegou a parecer quase perdido – a sétima presença consecutiva da selecção portuguesa em fases de europeus e mundiais – e reconciliou os portugueses com a sua equipa nacional. já não é pouco.

p. manuel morujão

o porta-voz da conferência episcopal portuguesa revelou a abertura da igreja católica para suprimir dois feriados religiosos, em nome da ‘colaboração com o governo, do combate à crise e da resolução dos problemas da economia nacional’. é um espírito de cooperação que se saúda, mas que dispensava os termos de quase ultimato em que foram colocadas as exigências da igreja: «só se o governo renunciar a dois feriados civis – esta é a condição». não são termos lá muito católicos, além de os feriados religiosos ainda serem quase o dobro dos civis. não chega?

&sombra

marinho pinto

no congresso dos advogados, viu a ministra da justiça criticá-lo, com frontalidade e sem receios, pelas aleivosias de carácter pessoal que lhe tem dirigido e que ultrapassam todos os limites. viu, ainda, o presidente do sindicato do ministério público virar-lhe costas e abandonar o congresso. contra tudo e contra todos, agora já sem a cobertura do poder socrático, o bastonário continua a escrever uma página negra e isolacionista na história da ordem dos advogados.

josé antónio lima