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a demolição vai começar pela torre 5 – o edifício que tinha «mais pedidos de transferência» de moradores, como explicou recentemente o presidente da câmara do porto, rui rio.
a operação vai mobilizar entre 250 a 300 operacionais, dos quais 120 elementos da psp, e vai obrigar à evacuação de 509 moradores durante a manhã de hoje.
as pessoas que moram nos números 1 a 280 da rua mocidade da arrábida e nas torres 3 e 4 vão ser evacuadas. mas destas apenas 37 manifestaram vontade de ir para os dois centros de apoio montados nas imediações.
um dos receios da psp é que as casas que vão sendo evacuadas sejam assaltadas. para evitar esta situação, as autoridades policiais vão «manter a área segura para que ninguém volte atras para furtar residências». explicou ao sol o intendente pedro moura, responsável da psp na operação de demolição.
a implosão deverá ocorrer entre as 11h30 e as 12h30. foi estabelecido um perímetro de segurança de oito hectares e, entre as 8h30 e as 12h30, o trânsito estará cortado (ver infografia).
a implosão foi a técnica escolhida pela câmara do porto para demolir a torre de 13 andares, por ser considerada a mais segura. a demolição poderia ser feita com máquinas escavadores, à pá, à picareta ou com martelos pneumáticos. mas, além de serem mais demorados, estes métodos provocam mais poluição, mais ruído e são mais caros. segundo explicou o comandante dos sapadores bombeiros do porto, tenente-coronel rebelo de carvalho, a implosão provoca menos vibrações, reduzindo o risco de danos estruturais.
na demolição, vão ser utilizadas 550 cargas de explosivos no interior da torre 5 – colocadas nos três primeiros pisos e no oitavo andar –, e 25 quilos de explosivos nos dez tanques de água instalados em torno da estrutura. o objectivo, explicou o tenente-coronel rebelo de carvalho, é que, fracções de segundo antes da implosão, a água seja «disparada», absorvendo as poeiras e os detritos resultantes da mesma. ao todo, são 150 quilos de diversos tipos de material explosivo, colocados em pontos fracos da estrutura para que esta colapse, sem tombar para o lado.
a ordem para a implosão vai ser dada por um operador de explosivos, que ficará na marginal, junto ao rio, em instalações municipais, onde estará a viatura de comando da psp e a área reservada aos jornalistas. rui rio, que fez da demolição do aleixo uma promessa eleitoral, assistirá à operação a bordo de um barco no meio do rio douro.
nova zona de luxo
os terrenos sobranceiros ao rio douro, onde hoje está o ‘maior mercado de droga’ da invicta, foram avaliados pela câmara em 11 a 13 milhões de euros. é neste local, na freguesia de lordelo do ouro, que deverá surgir uma zona residencial de luxo, construída pelo invesurb, um fundo imobiliário criado para o efeito, com o capital de seis milhões de euros, que é detido em 23% por vítor raposo – entretanto constituído arguido no processo que envolve o negócio imobiliário do bpn com duarte lima.
é aos privados que cabe agora realojar os cerca de 1.300 habitantes do bairro, que tem 320 fogos, noutras zonas da cidade, de preferência no centro histórico.