também a gastronomia é diferente e especial. a nossa tradição é muito rica, garantindo boas combinações com os melhores vinhos. no entanto, vale a pena pensar na ordem de entrada dos néctares à mesa.
a recepção da família que vem de longe e nos enche de alegria pode e deve ser testemunhada com um espumante, vinho que tem pouco álcool e cuja efervescência ajuda a preparar o nosso aparelho digestivo para as prolongadas horas à mesa.
se o prato principal passar pelo peixe, então o bacalhau é rei. sendo comprado na sua versão de salga, é mais seco – opte por um vinho branco seco da sua região preferida. com o prato de bacalhau cozido não abuse da presença de madeira no vinho; pelo contrário, se o bacalhau ou o polvo forem de forno ou grelha, estamos no domínio dos vinhos brancos estagiados em madeira.
se a sua mesa for dominada pela carne, então costumam mandar o peru ou o galo. normalmente as versões passam pelo forno e aí a melhor combinação remete para um tinto de média/ampla dimensão em que a presença da madeira é muito conveniente. estas e outras carnes brancas combinam na perfeição com os vinhos tintos do sul de portugal, do tejo ao algarve. se a carne for vermelha, então suba na dimensão da estrutura do vinho e situe a escolha nas regiões montanhosas do centro e norte de portugal, como as terras do douro ou o dão beirão. se a caça entrar na sua mesa de natal, proponho que recupere vinhos tintos com mais idade.
as sobremesas doces reinam nesta época. lembre-se que para comidas doces deve propor vinhos doces; os espumantes devem ser meio-doce ou doce e abeiram-se da sua mesa os melhores vinhos fortificados do mundo. deixe entrar, com honrarias, os grandes vinhos do porto, da madeira ou os moscatéis de setúbal ou do douro. estes vinhos prestigiados também são a melhor companhia para queijos de pasta mole como o delicioso serra da estrela dop.
anibal.coutinho@sol.pt
