Esta personagem rechonchuda faz especial engulho ao sabermos que, segundo as Nações Unidas, seis milhões dos seus súbditos estão malnutridos e em risco de morrer de fome – uma amarga ironia num país que tem como ideologia a a auto-suficiência (a salada comunista chamada juche). Mas, tal como nos anos 90 o ‘querido líder’ não se mostrou condoído com as centenas de milhares que pereceram de fome (os números variam entre os 600 mil e os dois milhões), não será agora que se ouvirá uma palavra sobre as agruras de quem vive subjugado naquele Estado totalitário. Não se ouvirá porque a repressão e o terror fazem parte da natureza do regime, que mantém 200 mil pessoas detidas em campos, pisando os mais elementares direitos humanos.
De Jong-Un, o ‘brilhante camarada’ e ‘grande sucessor’ ninguém sabe com toda a certeza o que esperar. Mas os seus movimentos estarão controlados pelos tios (a general Kim Kyong-Hui, irmã de Jong-Il e mulher de Jong Song-Taek, número dois da Comissão de Defesa Nacional) e pelo vice-marechal Ri Yong-Ho.
Ninguém augura, contudo, que este regime, fundado numa guerra fratricida e apoiado no poderio militar, sofra profundas alterações por sua iniciativa. Basta lermos as fantasiosas ‘notícias’ da agência estatal: o gelo de um glaciar junto do local de nascimento de Jong-Il quebrou-se e sacudiu com o barulho o céu e a terra.