Adeus tabaco

A história mostra-nos que há malefícios que, quando surgem, dificilmente desaparecem.

Pode lutar-se contra eles, mostrar o quão prejudiciais são às liberdades de cada um, mas não há nada a fazer. A Lei do Tabaco é um desses malefícios que estão condenados a chatear a vida de milhões de pessoas. Há poucos anos, o Governo socialista legislou sobre a proibição de se fumar em determinados locais, obrigando os restaurantes, bares, hotéis e demais espaços fechados a criarem uma zona para os pecadores. Gastaram-se milhares de euros em sistemas de renovação do ar para que os fumadores pudessem usufruir de um direito legítimo. Que se saiba, a venda de tabaco não é proibida e, como tal, houve espaços que optaram por permitir o fumo. Muitos outros lugares seguiram outra filosofia e optaram por não deixar ninguém fumar. O que, como é óbvio, está correcto.

Mas esta semana fui verdadeiramente surpreendido por um estudo da Faculdade de Medicina de Lisboa que conclui coisas tão fantásticas como esta: «Basta estar uma pessoa a fumar do lado de fora, junto à porta do bar, para aumentar o nível de exposição ao fumo de quem está no interior», segundo elucidou Fátima Reis, coordenadora da equipa de investigação. Os fumadores podem ter a certeza de que a sua hora está a chegar, já que os fundamentalistas não irão descansar enquanto não conseguirem a proibição total de se fumar em discotecas e bares, locais onde é suposto as pessoas estarem a respirar saúde enquanto consomem álcool. Seria engraçado que se fizesse um estudo junto às paragens de autocarros para perceber se essas pessoas respiram ar puro – que sai dos autocarros e restantes viaturas.

Outro estudo interessante seria comparar o estado em que se encontra o fígado de um frequentador de discotecas com o de um cliente assíduo de uma leitaria. Esse pode ser o passo seguinte: acabar com todas as casa que vendem bebidas alcoólicas e transformá-las em leitarias.

P.S. Se esta medida estivesse então em vigor na Big Apple não teríamos assistido ao magnifíco filme New York I Love You.

vitor.rainho@sol.pt