«decidimos criar uma marca própria para promover a internacionalização. há quatro ou cinco anos que vimos a sentir necessidade de expandir o negócio e tentámos negociar a distribuição da patrick noutros países, mas essa negociação ficou mais difícil com a venda da marca a um grupo belga», explica ao sol paula soares, directora-geral da resende & baptista.
com quase 90% do volume de negócios (2,5 milhões de euros em 2010) a vir das vendas da patrick, a empresa teve de diversificar a produção. «durante a época corrente conseguimos uma parceria com o reus deportiu, campeão nacional de espanha de hóquei em patins, com o a.c.r. gulpilhares, da 1.ª divisão nacional de hóquei em patins, e vestimos os árbitros do comité internacional de rink hóckey. estas parcerias vão manter-se por três anos», revela
nove meses após o lançamento da nova marca, a empresa está a conduzir negociações com vista à entrada na américa do sul – nos mercados brasileiro, venezuelano, chileno e argentino – e noutros países europeus. «infelizmente, ainda não há encomendas concretizadas, mas penso que não tardarão a chegar», antecipa a gestora.
os países abaixo do equador, segundo paula soares, «têm tempos de trabalho diferentes. e nós queremos rentabilizar o primeiro semestre do ano. nos restantes mercados, os contratos para as novas épocas começam a ser tratados em julho».
em portugal, as bolas de futebol utilizadas pelas associações distritais da modalidade em lisboa, évora e beja são strike. no ‘desporto-rei’, o objectivo é «ter dois clubes na primeira liga e três ou quatro na liga de honra» a vestir strike. tonel e joão aurélio são os embaixadores da strike na modalidade, a par de filipe santos e reinaldo ventura (hóquei em patins), andré lima (futsal) e carlos andrade (basquetebol).
a strike tem equipamentos de treino, de jogo, de passeio e de aquecimento e, pela primeira vez na sua história, a produção inclui também calçado «em material ultra leve e a preços competitivos». a primeira colecção – a renovação será, pelo menos, bianual –, com as linhas dallas, boston e miami, «é ecléctica, tem um design moderno e retro ao mesmo tempo, e um colorido atraente», descreve a responsável.
há desde camisolas e calções a sweats e pólos, passando por bermudas, calças, fatos de treino completos e material específico de guarda-redes, e todos os artigos podem ser personalizados de acordo com a necessidade do cliente. «bordamos emblemas ou nomes e fazemos estampagens», exemplifica.
o lançamento da marca aconteceu em abril passado, no 18.º mundialito de futebol infantil, que decorreu em vila real de santo antónio, mas a resende & baptista demorou um ano a desenvolver a strike. a marca «é dirigida aos praticantes de modalidades colectivas, tem como público-alvo os jovens desportistas» e compete no mercado português com outras ‘marcas b’, portuguesas (a líder lusa é a lacatoni), espanholas e italianas.
em 2010, a empresa, que tem apenas 16 colaboradores, subcontratando a produção e o serviço de bordadura, exportou 50% para espanha e para os palop. em 2011, a resende & baptista «registou alguma quebra de vendas», mas, apesar disso, a comercialização da nova marca nacional, que já representa 45% do volume de negócios da empresa, «está a ser um sucesso».
quanto às exportações, a empresa estima ter fechado o ano com uma quota de cerca de 40% do volume de negócios, baseada nas vendas para espanha, angola e moçambique.
ana.i.silva.pereira@gmail.com